Agnaldo Rayol se despede aos 86 anos e deixa legado na música brasileira

O mundo da música se despediu nesta segunda-feira (4) de Agnaldo Rayol, que faleceu aos 86 anos. Conforme comunicado de sua assessoria, o cantor morreu após sofrer uma queda em casa.

Dono de uma voz de barítono inconfundível, Agnaldo transitava entre graves profundos e agudos poderosos, encantando em canções tanto em português quanto em italiano, idioma que aprendeu por conta da herança materna. “Minha mãe é italiana, calabresa, e chegou pequenininha ao Brasil. Meu pai, paraense, nasceu na Ilha do Marajó. Sou essa mistura: espaguete com açaí", disse ele em uma de suas entrevistas.

Criado no Rio Grande do Norte, o carioca Agnaldo Rayol demonstrou talento desde cedo. Aos 8 anos, já cantava em programas de rádio, e, com 10, estreou no cinema. Nos anos 1950, ele foi contratado pela TV Tupi em São Paulo, onde consolidou sua carreira na televisão e música.

Ao longo dos anos 1960 a 1980, Agnaldo estrelou filmes, novelas e programas de TV, enquanto sua voz marcava a trilha de novelas de sucesso, como “Renascer”, “O Rei do Gado” e “Terra Nostra”, na década de 1990. Ele era também muito requisitado para eventos religiosos, especialmente após sua interpretação de "Ave Maria" em "Rainha da Sucata", que o tornou popular em cerimônias de casamento.

Um dos momentos marcantes de sua carreira foi em 2007, quando foi convidado a cantar durante a missa de canonização de Frei Galvão em São Paulo, na visita do Papa Bento XVI ao Brasil.

A última vez que apareceu nas redes sociais, Agnaldo parecia bem disposto. Sua morte deixa uma grande lacuna na música brasileira e uma legião de fãs que o acompanharam por décadas.